Falta de diversidade, entrave para ampliar o consumo gamer


Luiz Gustavo Pacete

No próximo domingo, 29 de agosto, é comemorado o Dia do Gamer. Por aqui, ainda que a Pesquisa Game Brasil 2021 tenha constatado que os gamers brasileiros são 51,5% composto por mulheres e mais da metade pretos ou pardos, a publicidade voltada para esse público ainda o retrata como homem, branco e heterossexual.

Além de outros estereótipos e clichês, a falta de diversidade na maneira de retratar o gamer brasileiro foi apontada por um estudo da Trope, aceleradora de influência da Geração Z, em parceria com grupo de pesquisa AlgoritmCOM, como um impasse para que as marcas, endêmicas ou não endêmicas, ampliem sua participação e relação com esses públicos. Um tema a ser considerado, já que o Brasil está entre os dez maiores mercados de games do mundo e movimenta mais de R$ 50 bilhões ao ano.

Samuel Gomes, criador de conteúdo, escritor e gamer (Crédito: Divulgação)

O estudo “A diversidade na publicidade para gamers” mostrou que 59% dos participantes concordam que as marcas não representam a diversidade do cenário. Sendo que 93% dos gamers de diversidade consideram importantes os investimentos em publicidade direcionadas a esse público. Apesar da importância de os investimentos ser reconhecida, observou-se que a forma como tem sido empregada causa incômodo.

Outro dado é que 77% dos respondentes concordam que falta inclusão nas empresas e marcas para mais diversidade na publicidade. “O Brasil tem muito a avançar no tema diversidade, então a pesquisa evidencia que o caminho para alcançar a pluralidade é longo. Sabemos que dados e planos de ação são os primeiros passos para causar a mudança necessária.”, explica Luiz Menezes, fundador da Trope.

Gabriel Machadinho é referência em jogos eletrônicos como pro player além de ser um dos streamings de maior prestígio no Brasil (Crédito: Divulgação)

Cerca de 4 mil respondentes participaram da pesquisa que considerou toda e qualquer diversidade, que joga games digitais ou consome conteúdos de jogos (transmissões ao vivo, notícias, influenciadores, campeonatos, entre outros) desde que pertencentes a pelo menos um dos seguintes recortes: pessoas não brancas, LGBTQIAP+, PcDs (pessoas com deficiência).

FALTA DE DIVERSIDADE NA REPRESENTAÇÃO

Ainda de acordo com o estudo, 9 em cada 10 pessoas da Geração Z e Millennials, de grupos subrepresentados, consideram como um elemento fundamental a diversidade na representação para aumentarem o consumo. De acordo com 59% dos participantes, os gamers ainda são representados por homens héteros e não PCDs. Outros 5% defendem que os produtos ou serviços para gamers não são feitos com foco em diversidade.

Samira Close, streamer e gamer (Crédito: Divulgação)

Outro dado que traz um alerta para o segmento tem relação com as plataformas de redes sociais. De acordo com o estudo, 73% dos participantes acreditam que os algoritmos reforçam o estereótipo de gamers homens e brancos. Além disso, 8 em cada 10 pessoas da Geração Z e Millennials, acreditam que entre as principais causas a serem apoiadas por marcas estão o apoio e subsídio a ONGs e causas sociais, além da sustentabilidade e representatividade no grupo de funcionários.